quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

És a minha contradição

Choram duas lágrimas teimosas
Meus olhos secos, duros, avelhados;
Os meus olhos estranhos, desterrados
Nesta praia sem lírios e sem rosas

As lágrimas caíram vagarosas
Na lembrança dos lábios delicados
Que num sim mataram os cuidados
Das minhas longas horas dolorosas.

Não que eu tenha vergonha de chorar
Mas há no meu destino singular
Uma contradição que dói e pesa

E sinto que esta dor não mais me larga:
Junto de ti – doçura muito amarga,
Longe de ti – dulcíssima tristeza!

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